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Sabe aquele relatório interno de James Damore, do Google, que vazou para a imprensa? Aquele segundo o qual não temos que aguardar que os trabalhadores de cada profissão reflitam a demografia da população como um todo? Bem, foi meio estúpido escrever isso. Entretanto não pelo motivo de estivesse falso. Foi estúpido Damore ter imaginado ser possível discutir razoavelmente este assunto -e digno nos Estados unidos. A versão do memorando de Damore que apareceu inicialmente no site Gizmodo foi publicada sem referências e imagens, entretanto, neste momento, ele já tem página própria pela internet, acompanhado de links e equipamento gráfico. O texto de Damore me parece um panfleto produzido por um jovem branco generoso, mas totalmente desavisado. Ele não merecia ser demitido portanto.
Talvez merecesse uma reprimenda por digitar sem ponderar. Contudo, no mundo dele, pedir que um questão seja debatido teoricamente basta pra causar demissão. Não escrevo geralmente sobre a sub-representação de mulheres nas ciências. Não me sinto qualificada para representar os sub-representados. Ao que parece, não sofro devidamente em meu ambiente dominado pelos homens. Na capacidade em que é possível confiar em testes on-line de personalidade, sou uma mulher embaraçosamente atípica.
Não deve causar surpresa que eu tenha ido parar na física teórica. Também há um fundamento mais sinistro pra que eu mantenha a boca fechada. Tenho temor de perder o insuficiente apoio de que desfruto entre as mulheres das ciências se resolver atacá-las pelas costas. Vivi por 3 anos nos EUA e por mais 3 no Canadá. Em várias ocasiões, no decorrer desses anos, fui informada de que minhas críticas sobre isso as mulheres pela ciência são "radicais", "controversas" ou "provocativas". Por eu ter declarado o óbvio: mulheres são diferentes dos homens.
Quanto a isso, concordo totalmente com Damore. Possuir uma proporção de uma mulher pra cada homem não é uma questão que deveríamos aguardar em todas as profissões -tampouco deveríamos perseguir este propósito. Entretanto, quanto mais mantenho a boca fechada, mais acredito que meu silêncio é um problema, visto que significa deixar a conversa -e, com ela, o poder- com aqueles que gritam mais alto. ] CNBC. Ela quer que fiquemos "chocados" com o relatório de Damore, numa tentativa transparente de criar indignação e, com isso, atrair leitores e espectadores.
Você neste instante está indignado? Polêmicas midiáticas como essa ainda mais me deixam preocupada com a impressão que os cientistas causam nas recentes gerações. Em meninos como Damore. Creio que eles nos descobrem todos idiotas, visto que os mais lúcidos entre nós não se pronunciam. E, quando fedelhos se encontram inteligentes além da medida, escrevem panfletos pra reinventar a roda.
O fato, mas, é que boa quantidade dos fatos do memorando de Damore são sustentados pelas pesquisas. Verdadeiramente, as mulheres são, em média, mais neuróticas do que os homens. Isto não é insulto, mas um termo de exercício comum na psicologia. As mulheres também se interessam mais por pessoas do que por coisas, em média. E, em média, assim como dão valor maior ao equilíbrio entre a existência pessoal e a carreira, reagem de modo contrário ao estresse, competem sob regras diferentes. E desse modo por diante.
Não sou socióloga nem psicóloga, todavia, pelo que entendo da literatura nessas áreas, as afirmações acima não dão margem a controvérsia. As mulheres são diferentes dos homens, por meio ambiente e em atividade da forma pela qual são desenvolvidas, inclusive até quando a distinção entre o que é natural e o que vem da constituição ainda seja uma pergunta em aberto. Todavia as razões por trás desse acontecimento não provocam a dúvida sobre o mercado de trabalho: mulheres são diferentes em estilos que plausivelmente provocam a escolha da profissão. Não, o defeito do pretexto de Damore não está no ponto de partida, contudo nas conclusões a que ele chega.
Pra começar, até eu imagino que boa parte do trabalho do Google tem as pessoas como centro. O objetivo é ajudar as pessoas diretamente, ou averiguar dados sobre isso pessoas, ou imaginar o futuro das pessoas. Se você deseja empregar sua existência a coisas e ideias, escolha a engenharia ou a física, não o desenvolvimento de softwares.
O caso de que construir softwares requer capacitações "femininas" foi apontado certamente por Yonatan Zunger, velho funcionário do Google. Porém, dado que a física me interessa mais do que o desenvolvimento de softwares, deixarei este questão de lado. Um defeito maior no relatório de Damore está em uma questão que vejo com frequência: presumir que competências e funcionamento profissionais possam ser deduzidos com base nas diferenças entre grupos demográficos. Isso não é verdade, e ponto final. Acredito, tendo como exemplo, que, se a parcialidade na seleção e a diferença de oportunidades não existissem, os escalões mais altos da ciência e da política seriam dominados por mulheres. Desta forma, procurar distribuição igualitária de posições conferiria vantagem desleal aos homens. Desafio cada um a me apontar provas em contrário.
Não me surpreendo nem sequer um tanto, todavia, por Damore presumir que as diferenças entre traços tipicamente femininos e tipicamente masculinos signifiquem que os homens sejam mais capacitados. Está aí a parcialidade de que ele acredita não sofrer. E, sim, sou igualmente parcial em benefício das mulheres. O maior problema do memorando de Damore, no entanto, é que ele não domina o que torna uma organização bem-sucedida. Se fração significativa dos funcionários acredita que diversidade é importante, ela é primordial.
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